Pela cronologia de Ussher, o mundo deveria ter acabado
dia 23 de outubro de 1996. Isto não é uma piada. Há milhares de pessoas,
inclusive em nosso meio, que crêem que o mundo foi criado no dia 23 de outubro
de 4004 a.C.,às 17 horas, horário de Greenwich, e que sua duração deveria ser
de 6.000 anos, terminando em 23 de outubro de 1996. Após esses 6 dias de mil
anos, o sétimo seria um milênio de descanso.
Os cálculos do
arcebispo irlandês (que viveu entre 1581 e 1656) falharam porque o fim do mundo
ou, no caso, a volta de Jesus, não se resume a uma questão de matemática. É
verdade que assim “como as estrelas no vasto circuito de sua indicada órbita,
os desígnios de Deus não conhecem adiantamento ou tardança”.- O Desejado de
Todas as Nações, pág. 32. Também não há dúvida de que Daniel 9:24 a 27
indicou o tempo exato da primeira vinda de Jesus. Mas a respeito de Sua segunda
vinda afirmou Jesus que “o dia e a hora ninguém sabe” (Mateus 24:36 ).
Se a cronologia
não serve para definir quão perto estamos da volta de Cristo, talvez a
geografia ajude; é o que pensam os que tomam Mateus 24:14 ao pé da letra e
ficam somando quantos países possuem presença adventista e quantos são os ainda
não penetrados. Ao contrário do grupo anterior, marcado por certo determinismo,
os que exageram no argumento demográfico colocam muito peso na capacidade da
Igreja para antecipar ou retardar a volta de Jesus.
Há ainda os que
relacionam o fim com um certo argumento sociológico, ou seja, Cristo está na
dependência da união das igrejas, da alteração na constituição americana ou de
outros fatos políticos.
Em todos os casos,
parece muito mais uma ânsia por adivinhar, prever, visualizar os “últimos
dias”. Ora, os últimos dias começaram tecnicamente com a primeira vinda de
Cristo e incluem toda a era cristã! Na ocasião em que os discípulos insistiram
no “quando”, querendo um sinal (Mat. 24 e 25), Jesus lhes deu vários indícios,
só que nenhum específico; além disso, misturou os que se referiam à destruição
de Jerusalém com os de Sua segunda vinda, e ainda chamou isso de “princípio das
dores”, não de fim. A única vez, em que todo o capítulo 24 de Mateus, que Jesus
utilizou a palavra “sinal” foi no verso 30, para Se referir ao próprio fato de
Sua volta, e não a uma antecipação. Portanto, para Cristo, o verdadeiro sinal
não é um lembrete ou convite para o evento, mas a abertura do próprio evento.
Também é
importante notar que o quinto e último dos grandes sermões de Cristo, a
respeito de Sua segunda vinda e o juízo, incluiu os capítulos 24 e 25 de
Mateus. Então, não se deve tirar conclusões do capítulo 24 sem considerar o 25.
E, se o 24 propositadamente não deixa claro o “quando”, o 25 não deixa dúvidas
a respeito do “como” aguardar a volta de Jesus. VIGIAI, essa foi a grande e
única resposta de Cristo, que sintetiza o “quando” e o “como”.
Porventura, Mateus
24 diminui de importância por não apresentar sinais inequívocos, os marcos
escatológicos no desenrolar do tempo profético? De forma alguma. Quando Cristo
misturou os dois eventos futuros, para os discípulos ou para os que viveram na
ocasião da destruição de Jerusalém foi um consolo ouvir que “logo em seguida à
tribulação daqueles dias…aparecerá o sinal do Filho do homem…e verão o Filho do
homem vindo sobre as nuvens”( 29 e 30).
O Comentário
Bíblico SDABC afirma: “A expectativa
constante da vinda do Senhor é a atitude mental que Cristo ordenou em Suas
advertências. …Essa expectativa tem sido condicionada, desde o princípio, ao
conselho de o dia e a hora ninguém sabe”. E o Comentário conclui: “É
indispensável que cada crente experimente sentimento contínuo e vital da
brevidade do tempo e da iminência do retorno de Cristo.” SDABC,vol.6,pág.625,
edição em espanhol.
Essa mistura de
incentivos e advertências, que alimenta a esperança e a expectativa, ao mesmo
tempo em que mostra a necessidade da preparação contínua e crescente, é um
importante componente da vida cristã e marca especial do adventismo.
O fim se aproxima.
Essa é a linguagem da Bíblia (ver I Cor.7:29; Heb. 10:25 e 37, I Ped.4:7).
“Aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mat.24:13). Essa
perseverança combina com fé e obediência (Apoc. 14:12), mas não pode se
apoiar em calendários, cálculos, fatos políticos, estimativas de níveis de
santificação da igreja, nem nada que represente uma tentativa de “descobrir”
aquilo que a soberania divina reservou, tendo em vista seguramente o nosso
benefício.
O fim se
aproxima.”Vem, Senhor Jesus” (Apoc.22:20).
Fazia tempo professor que o senhor não publicava, mais quando poem uma materia é de arazar...
ResponderExcluirMateus